DEPARTAMENTO DE ESTUDO DO BUDISMO
Todos conseguem fazer shakubuku; é uma prática universal.
Com sua imensa generosidade, o Buda revelou uma forma concreta e simplificada de ser feliz: por meio do Gohonzon. No escrito deste mês, Daishonin afirma “quão maravilhoso”, “perfeito” e raro é esse objeto de devoção e que Nichinyo produziria todos os benefícios ao depositar fé no Gohonzon.
Ele amplia a percepção da discípula dizendo que aquele objeto “perfeitamente dotado de benefícios” é reflexo do interior dela: “Jamais busque este Gohonzon fora de si mesma” — quanta satisfação ela deve ter sentido.
O acesso à infinidade de benefícios do Gohonzon se dá, ensinou Daishonin, por meio da fé.
Em seguida, amplia ainda mais o discernimento dela revelando a verdadeira intenção do Buda: o desejo sincero de fazer as pessoas felizes. O Gohonzon é, portanto, a bandeira da vitória a ser hasteada no lar de cada família e Daishonin foi “o primeiro a revelar [o Gohonzon], como o estandarte [bandeira] da propagação do Sutra do Lótus”.
O coração da discípula deve ter sido preenchido com gratidão e confiança, e jurado propagar este tão nobre objeto de devoção.
Que lógica belíssima: recebe-se o Gohonzon para ser feliz praticando diante dele e mais feliz ainda propagando-o.
O que se propaga é a alegria de recitar Nam-myoho-renge-kyo. Ao revelar o Gohonzon e o daimoku, Daishonin incrivelmente tornou acessível a prática do shakubuku.
Jamais busque fora
Quem recita daimoku com entusiasmo para ser feliz e encontrar pessoas que queiram praticar o budismo já está fazendo shakubuku porque essa energia se espalha e naturalmente cria excelentes laços humanos. No mais, é interagir com sinceridade, coragem e gratidão disposto a “não deixar ninguém de fora”.
Guimarães Rosa cantou em prosa que há unicidade entre o ambiente e a pessoa: “A gente tem de sair do sertão! Mas só se sai do sertão é tomando conta dele a dentro... Sertão é dentro da gente”.
O caminho é voltar-se para dentro de si: “Jamais busque este Gohonzon fora de si mesma. O Gohonzon existe apenas dentro do corpo de pessoas como nós, mortais comuns”.
O jeito de propagar o Gohonzon não é procurar fora, mas dentro, no coração, nos bons sentimentos que devemos ter em relação às pessoas. Ore sinceramente para que seu amigo compreenda sua intenção, diz o Mestre que continua: “Aproximar-se dos amigos aflitos, compartilhar seus sofrimentos e suas aflições, estarem juntos para ultrapassar barreiras e desbravar a almejada vida de absoluta vitória — esse trabalho de contagiar as pessoas é o nosso movimento de diálogo visando o shakubuku” (BS, ed. 2.196, 21 set. 2013, p. B1).
Portanto, seja você tímido ou extrovertido, torne a prática do shakubuku uma agradável rotina e, à sua maneira, partindo do daimoku, “empregue o máximo de sua capacidade ao ensinar os outros, mesmo que seja uma única sentença ou frase” (CEND, v. I, p. 405-406).
Edição 2260 - Publicado em 31/Janeiro/2015 - Página D4
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